Lodo Lúdico, Liberdade...
Espaço para compartilhar amiúde poemas (e outros trabalhos com as palavras) criados por Ernesto Henriques da Silva no quando de sua existência (1948-1989). Papéis há décadas fechados na estante, e em sua maior parte, inéditos... Neste momento, este espaço se apresenta como um canteiro arqueológico, onde se expõem as descobertas ainda desordenadamente. Para aos poucos ir recompondo o que for possível do pensamento-existência que um certo Ernesto deixou impresso nas folhas do tempo...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
AUTODIAGNÓSTICO
Fac-símile frente e verso de uma folha de caderno,
com poema escrito às 13h30 do 7 de outubro de 1967.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Palavras Prévias
quarta-feira, 21 de março de 2012
INCÓGNITA
Fac-símile de poesia tirada de uma série de trinta poemas, escritos na juventude, entre 64 e 67,
datilografados e organizados em folhetos, perfurados, sugerindo encadernação.
Escrito no banco escolar, durante uma aula de História, às 11h20 do 21 de março de 1967.
Ser samba...*
Fac-símile da folha do caderno da faculdade
com poema sem título*
escrito durante uma aula de direito romano
às 15h40 do dia 9 de maio de 1968.
terça-feira, 20 de março de 2012
SINGULAR IDADE
provavelmente escrito em meados da década de 80,
que também compõe a lista para a coletânea À Solar Idade.
que também compõe a lista para a coletânea À Solar Idade.
terça-feira, 13 de março de 2012
MECÂNICO ESPANTO
Fac-símile de poema da maturidade, encontrado na gaveta,
que comporia o livro À Solar Idade,
projeto de uma coletânea de uma série de poemas listados pelo autor.
"Cosmógrafo" aparece como pseudônimo em meados dos anos 80...
CANSAÇO
Fac-símile da matriz datilografada em dois tempos, 'rabiscada' e assinada pelo autor,
Outra versão foi publicada na edição da coletânea Entre Mentes..., de 1975.
Publicado no livro do 3º Concurso de Prosa e Poesia de Valinhos, em 1986.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
DOAÇÃO
Fac-símile da versão datilografada e assinada pelo autor,
com o pseudônimo Ernesto Saveiro;
Publicado nas páginas 21 e 22 da coletânea Entre Mentes..., de 1975.
Publicado nas páginas 21 e 22 da coletânea Entre Mentes..., de 1975.
Menção-honrosa no Concurso "Pablo Neruda" da poesia latino-americana, realizado pela Casa Latino-Americana de Buenos Aires, Argentina, em 23 de setembro de 1974.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
CANÇÃO DE QUASE PROTESTO
Nosso mundo
(parece)
carece
de Amor.
A
perspectiva
é um
cataclismo,
vasto
egoísmo
faz o
presente.
Pois
o mundo
(parece)
carece
de Amor.
E nossa vida
é bem triste;
nela persiste
a solidão.
Porque
o mundo
(parece)
carece
de Amor.
E utopia é
cogitar
da sonhada
verdade
e da
felicidade,
que o orgulho
não traz.
Já que o mundo
(parece)
carece
de Amor.
E
a superficialidade
ao
homem ilude;
julgada
virtude
a
vã altivez.
É que o mundo
(parece)
carece
de Amor.
E
teima o poeta,
que vive (de
dor)
num mundo sem
Cor,
sem Flor, sem
Amor...
Ernesto Henriques da Silva,
Publicado no livro do 1º Concurso Local de Conto e Poesia de Valinhos, em 1984.
LODO LÚDICO, LIBERDADE
Esquecida a precoce malícia,
a ânsia que enseja o vício,
por ora.
Por ora,
substituída a já adulta amargura,
que faz dos pueris olhos
faíscas de perscrutação.
E transformados os gestos rudes,
que a aprendizagem pela dor
assim os fez, ariscos.
Mas, por ora, transformados.
Por ora,
desfeita a farsa
(que finge força),
ausente a fronte
(que afronta).
Por ora, alheios
de tudo que lembre
fome, febre, fedor,
frestas, frio e dor,
todo pesadelo familiar:
paredes lamúrias, sem lar.
Por ora, liberalmente distraídos
(ou distraidamente libertos?),
os meninos da favela
brincam de escorregadia felicidade
na vertiginosa enxurrada.
Mas não vacilam, que na favela
a vertigem é a própria vida.
E, porque jamais amestrados,
ensaiam inusitadas fantasias,
danças e passos (de ousadias ou orações?)
E, no cenário de chão e chuva,
por ora, explode o poder
de esplêndida espontaneidade!
Ah, essa estranha coreografia
Da inesperada liberdade!...
Deslizante ventura,
que emoldura de brilho
a nua paisagem do morro,
por ora...
Até que a liberdade se estranhe
ou o sol se apresse em voltar.
Ernesto Henriques da Silva,
Publicado no livro do 2º Concurso de Conto e Poesia de Valinhos, em 1985.
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